*estiveste alguns anos em Inglaterra...
Estive. Era muito novinha. Acabei o 12ª ano e fui. Os pais deixaram!!! Como vêem eram muito avançados para a época!!! Foi uma experiência cultural interessantíssima. No princípio fiquei fascinada com tudo: jardins, bosques, comida, casas, sobremesas e a forma de estar dos ingleses. Eu gostava da tranquilidade que me transmitiam. Mas eu também estava num meio cristão, numa Escola Bíblica. Tive como professores pessoas fantásticas, com personalidades fascinantes e conteúdos ainda melhores. Tudo isso iria exercer uma grande influência na formação da minha personalidade, dos meus gostos, conhecimentos e daquilo que eu sou hoje. Eu tinha apenas 18 anos, quando fui. Cresci muito depressa. Lembro-me de ter pensado, não muito depois de ter chegado: “agora sou independente, a minha vida já não vai ser a mesma coisa”, e até senti algum medo. Era a entrada na idade adulta. Foram 2 anos fantásticos, com estudo e muita brincadeira, viagens, passeios. Fui porque queria servir a Deus. Sempre quis. Voltei a Inglaterra 5 anos depois, para trabalhar como Governanta da Missão. Gosto mesmo muito de cozinhar! Os estudantes achavam piada eu ser tão nova e tão desembaraçada, e ajudavam muito em todas as tarefas domésticas. O nosso relacionamento era muito bom e tudo correu sempre muito bem! Entretanto, estes 2 anos serviram também para melhorar o meu inglês e tornar-me numa pessoa mais madura, e me alertar para outras perspectivas da vida.
*fala-nos um pouco do teu realcionamento com Deus ao longo da tua vida e em como Ele tem feito, marcado a diferença
Deus sempre esteve presente. Não me lembro de um momento em que não estivesse. A certa altura, ainda criança, comecei a questionar por que é que as outras famílias, que eu conhecia fora da igreja, não pensavam nem viviam da mesma maneira que nós. Foi na altura em que fui para a escola. Travei contacto com uma outra realidade também “religiosa”, “mas menos religiosa”, menos comprometida com Deus. Lembro-me então de pensar de o ensino que eu recebia dos meus pais é que deveria ser verdadeiro, porque os meus pais não só ensinavam a Palavra de Deus, mas viviam de acordo com o que ensinavam. Eram muito consistentes. Isso fez toda a diferença. A minha primeira forte convicção acerca da necessidade de Jesus, como meu Salvador, aconteceu aos 10 anos de idade. Deus deu-me uma convicção muito real acerca do meu pecado, através de um livro que encontrei numa prateleira. Lembro-me de que nessa tarde, depois de ter lido todo o livro (um pequeno livro para crianças), ajoelhei ao pé da minha cama, reconhecendo, pela primeira vez, que era pecadora e que precisava do perdão de Deus.
*tens um livro favorito? Fala-nos um pouco sobre ele...
Eu não tenho um livro favorito. Geralmente o favorito é sempre o último, pois adequa-se ao momento que estou a viver. Na infância e início da adolescência devorava os livros “Os Cinco”, “Os Sete”, “O Colégio da 4 Torres”, “As Gémeas”, todos os livros da Enid Blyton. Antes disso, já lia “As Aventuras do Noddy”, da mesma autora. Na adolescência comecei a interessar-se por livros com temáticas cristãs. Aos vintes comecei a gostar de C. S. Lewis, e marcou-me especialmente “Cristianismo Puro e Simples”. Mas o livro que me tem acompanhado, desde criança, é a Bíblia, de tal forma que hoje ele é também o mesmo instrumento de trabalho.
*e a tua passagem favorita ou aquela que te tocou ou marcou em algum momento... qual é?
Tenho muitas passagens favoritas. Mas quando tinha 15 anos, a idade em que andamos à procura das nossas bases, fui muito tocada por Romanos 12,1-2.
“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Havia o Clube Bíblico e tínhamos uma carteirinha com cartões com versículos bíblicos e, todas as semanas, tínhamos de decorar, pelo menos, três versículos. Quando comecei a decorar Romanos 12,1-2 comecei a perceber que eles identificavam exactamente aquilo que os cristãos devem ser: diferentes, não devemos tomar a forma das pessoas que vivem à sua volta, que não têm conhecimento da Palavra de Deus, que não devemos ir com a onda… com a maré. Cristo chamou-nos para sermos seus imitadores, Ele é o modelo que devemos seguir, de amor, obediência, serviço, verdade.
*uma resposta de Deus a uma oração
A ida para Inglaterra, das duas vezes. Eu orava e pedia a Deus que arranjasse maneira de eu ir. Da primeira, ainda me parecia mais difícil, porque nunca tinha estado lá, não tinha dinheiro para pagar os estudos, e não tinha contado a ninguém. Da segunda vez, também desejava uma mudança e Deus também colocou no coração de outras pessoas a convicção de que eu devia ir, sem que eu lhes tivesse contado. Tudo aconteceu do nada: pela fé!
*deixa uma música e /ou mensagem para os adolescentes
A adolescência é um período muito importante das nossas vidas: não há nada como ter 15 anos! Temos vontade de viver, de descobrir coisas novas, o mundo. Parece que a nossa energia não vai acabar nunca! É a altura de sonhar e começar a fazer algo para concretizar esses. A vida que vamos viver, em adultos, as pessoas que seremos, depende muito da forma como investimos o nosso tempo na adolescência: estudos, amizades, hobbies, leituras. Se queremos ser especiais, temos de imitar pessoas que são especiais. Se imitarmos maus exemplos, mais facilmente nos deixaremos levar e nos tornaremos também como eles.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
E a dupla Nuno e Susana? Acordados???
Já te tinha dito o que pensava da tuas resposta, não já? Cá vai novamente. *****estrelas.
Enviar um comentário